domingo, 6 de outubro de 2013

Impressões sobre o apagão do Botafogo (mais um)

Voltando a escrever no blog, me desculpo, de antemão, sobre o meu desleixo em não escrever aqui desde o fim do primeiro turno. Naquele momento, o Botafogo vencia o Criciúma e polarizava a briga do Campeonato Brasileiro com o Cruzeiro. No entanto, foi justamente contra a equipe mineira que, já diria a minha avó, desandou a maionese. A quatro pontos do Cruzeiro, fomos ao Mineirão e, então, conhecer o tal líder do Brasileirão. Jogamos bem e demos mais azar do que incompetência. O resultado de 3 a 0 para a Raposa foi irreal, Seedorf perdeu um pênalti quando o jogo estava 1 a 0 e o árbitro ainda inventou o pênalti que originou o segundo cruzeirense.

Aquele jogo, para mim e para torcida alvinegra, não foi uma fatalidade. Foi encarado como algo que poderia sim acontecer e que o time estava unido o suficiente para encarar o desafio de tirar sete pontos de diferença com naturalidade. Já tínhamos nos reinventado em questão à escalações diversas vezes ao longo da competição e o grupo já tinha "dado a liga". A briga pela conquista do tricampeonato parecia certa até o final do Brasileiro. Apesar disso, alguns alvinegros já começaram a aparecer com o tal discurso de que o filme de outrora se repetiria e o time cairia de produção, terminando no meio da tabela.

Bem, os tais "pessimistas" acertaram. A partir daquela partida contra o Cruzeiro, em que jogamos bem, o time sofreu um apagão: foi derrotado em casa por Bahia, Ponte Preta e Grêmio, além de empatar com o Fluminense. Pela Copa do Brasil, um empate com o Flamengo no jogo de ida das quartas de final. O tipo do empate que deu a certeza de uma iminente eliminação no segundo jogo.

Desses jogos, fui ao Maracanã contra Bahia, Flamengo e Grêmio. Antes, eu havia ido contra Vitória, Internacional, Atlético-MG, São Paulo e Coritiba. Ou seja, três vitórias e dois empates. Em ambos os jogos, vi o Botafogo ir para cima do adversário, a torcida vibrar a cada bola que o Seedorf pegava, cantava o nome de jogadores pouco badalados como Edílson e Marcelo Mattos e a lua de mel era perfeita. Os públicos não eram, como nunca foram, grande coisa, mas beiravam ou até passavam dos 20 mil pagantes. De negativo, àquela época, somente os tais salários atrasados.

Hoje os salários estão em dia. No último sábado, fui, apesar dos 5 jogos sem vitória, no Maracanã contra o Grêmio. E o que foi que vi? Eu e no caso os outros 10 mil pagantes. Vi um time sem vontade, sem ambição e sem vibração. Os jogadores pouco parecem conversar dentro de campo, um não entende mais o posicionamento do outro e jogamos desde a metade do primeiro tempo com um jogador a mais já que Kléber, sempre ele, foi expulso. Ainda assim, conseguimos levar um gol.

No segundo tempo, retranca gremista, vaias estrepitosas a cada vez que o craque do time Seedorf pegava na bola e um coro inimaginável pedindo por um novo atraso de salários e por garra. Inimaginável pelo que o time vinha mostrando. Hoje, ocupa a 4ª colocação a 16 pontos do líder, e praticamente campeão, Cruzeiro. Neste momento, a preocupação são os que vem de trás, já que a vaga na Libertadores vem sendo ameaçada e, na projeção, será perdida.

Diante daquilo, fiquei e estou em choque até o presente momento. Era impensável que um time jogando aquele futebol vistoso fosse acabar o ano assim: morto, sem vontade e brigado com a torcida que, mais uma vez acreditou e mais uma vez naufragou.

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